INFECÇÃO URINÁRIA NA GRAVIDEZ
As infecções do trato urinário são as infecções bacterianas mais comumente encontradas na gravidez.
Os micro-organismos causadores, geralmente, são aqueles que habitam a região perineal, sendo a Escherichia coli o agente mais freqüentemente encontrado (responsável por, aproximadamente, 90% dos casos).
A anatomia gênito-urinária feminina, associada às alterações na estrutura e função do trato urinário durante a gravidez, são fatores predisponentes a infecções urinárias durante o período gestacional. Essas alterações, felizmente, não interferem na capacidade do exame de urina (urina rotina e urocultura) em detectar os processos infecciosos.
A infecção urinária pode ser de 3 tipos:
a) Bacteriúria assintomática: o exame de urina revela a infecção, porém a paciente não apresenta sintoma algum. Deve ser tratada durante a gravidez, pois cerca de 25% dos casos passarão a apresentar sintomas posteriormente. Diversos estudos mostraram relação entre bacteriúria assintomática não tratada e desenvolvimento de parto prematuro e pielonefrite aguda subseqüentes.
b) Cistite: é a infecção do trato urinário baixo (bexiga). Tipicamente, é caracterizada por dor no baixo ventre, disúria (ardência ao urinar) e polaciúria (aumento da freqüência miccional). Sintomas como a hematúria ( presença de sangue na urina) também podem estar presentes.
c) Pielonefrite aguda: é a infecção do trato urinário alto (rins). Representa a complicação clínica grave mais comum na gravidez, acometendo cerca de 2% das gestantes. Clinicamente, apresenta-se como febre, calafrios e dor na região lombar. Durante a gravidez, exige internação hospitalar e início do tratamento com antibiótico endovenoso. Na maioria dos casos, decorre de uma infecção do trato urinário baixo, que se tornou ascendente.
Todo tipo de infecção urinária na gravidez deve ser tratada. O tratamento consiste em medidas de suporte, hidratação e antibioticoterapia específica. A realização de uma urocultura após o término do tratamento é recomendada para se confirmar a resolução do quadro e evitar-se as recidivas.
O diagnóstico e o tratamento adequado são capazes de minimizar os efeitos adversos de um quadro infeccioso potencialmente grave na gravidez, evitando-se a ocorrência de complicações maternas e fetais.