Quase toda gestante, durante todo o pré natal, encontra-se ansiosa e aflita quanto ao tipo de parto a qual será submetida. Parto normal ou a cesariana?

Essa dúvida, na maioria das vezes, é impossível de ser esclarecida antes do início do trabalho de parto, exceto em situações especiais, onde se indica a cesariana com antecedência e por algum motivo médico que contra indica o parto normal.

O principal sintoma do trabalho de parto é a tão falada e temida contração. A contração pode ser definida como uma cólica forte, acompanhada de endurecimento da barriga, que dura cerca de 25 a 50 segundos e que retorna periodicamente em intervalos de minutos. Quanto mais tempo durar a contração e quanto menor o intervalo entre elas, mais próximo se está do momento do parto. Costumamos orientar as pacientes para que procurem o hospital quando essas contrações passarem a ocorrer de dez em dez minutos e não aliviarem com o repouso e com o uso de medicação para cólica. Antes disso, podem ser apenas contrações que preparam para o trabalho de parto, mas ainda longe do parto em si.

Sinal muito comum e que indica necessidade de internação é a rotura da bolsa. Geralmente ocorre saída de média a grande quantidade de líquido transparente como água. O líquido pode ser amarelado ou esverdeado, se houver algum comprometimento fetal. Pode ser também em pequena quantidade, o que dificulta o diagnóstico, necessitando manter a paciente em observação hospitalar ou mesmo domiciliar. Importante saber que o simples fato de ocorrer a rotura da bolsa não implica em rápido nascimento do bebê, conforme nos é mostrado, erroneamente, em filmes e novelas. A rotura confirmada da bolsa indica necessidade de internação, mas as contrações são necessárias para a ocorrência do parto e, numa gestante de primeiro filho, o trabalho de parto dura várias horas.

Não se deve confundir o líquido da bolsa, que foi caracterizado no parágrafo acima, com o tampão mucoso ou com corrimento. O tampão mucoso é uma geléia que suja a calcinha quando o colo do útero começa a sofrer modificações, o que pode acontecer muitos dias antes do parto. O corrimento pode ser causado por inflamações, devendo assim ser tratados, ou pode apenas ser a secreção normal da mulher, clara, sem cheiro forte e sem coceira, onde nada deve ser feito.

O sangramento vaginal também é motivo de se procurar o hospital para avaliação ou de se contactar o obstetra para correta orientação, mesmo que em pequena quantidade.

Ficar atenta a esses sinais é importante para se evitar idas desnecessárias ao hospital, diminuindo, assim, a ocorrência dos chamados “alarmes falsos”, muito freqüentes nas gestantes que não são corretamente orientadas e naquelas muito ansiosas.

Escrito por: Dr. Helio Haddad Filho