INSEMINAÇÃO INTRAUTERINA E FERTILIZAÇÃO IN VITRO
A Inseminação Intrauterina (IIU) e a Fertilização in Vitro (FIV) são procedimentos de média e alta complexidade, respectivamente, utilizados para tratamento de infertilidade conjugal.
A infertilidade conjugal ocorre em cerca de 10% da população brasileira, mas estima-se que os números sejam maiores, uma vez que, ainda, grande parte dos casais não procura tratamentos especializados, movidos por convicções e crenças de cunho religioso e fatores sociais e econômicos, até mesmo devido a preconceitos já formados.
A IIU consiste em um preparo do sêmen, feito por biólogo especializado em Reprodução Humana, onde se retira os espermatozóides inviáveis e utiliza-se de uma concentração alta de espermatozóides vivos, com boa motilidade e boas características morfológicas. Essa alta concentração de células é introduzida, por meio de um catéter próprio, dentro do útero materno, onde, por si próprios, buscam atingir o óvulo, alvo principal para que ocorra o processo de fecundação. Esse processo ocorre na trompa, naturalmente, e o zigoto formado migra em direção à cavidade uterina rumo à sua fixação no endométrio e início do desenvolvimento da gravidez.
Portanto, consiste em um encurtamento da distância a ser percorrida pelos espermatozóides, superando meios hostis vaginais, distúrbios ovulatórios pequenos a moderados, bem como causas masculinas e infertilidade sem causa aparente. É de custo acessível e com bons resultados se indicado corretamente.
A Fertilização in Vitro consiste no hiperestímulo ovariano, coleta de óvulos, fertilização promovida em laboratório com os espermatozóides coletados simultaneamente e transferência dos embriões já formados para dentro do útero. Temos, assim, um método in vitro de fertilização e não um método natural, como ocorre na Inseminação Intrauterina.
A FIV é um procedimento mais caro, devido à grande quantidade de hormônios indutores de ovulação utilizados e à alta complexidade laboratorial dos procedimentos microbiológicos e médicos. É indicada para os casos mais graves de infertilidade, onde os tratamentos convencionais não surtiriam efeitos positivos.
Assim sendo, são procedimentos que devem ser corretamente indicados e não, simplesmente, pensando-se em aumentar as chances de sucesso gestacional, inconsequentemente e sem a ética necessária para o bom cumprimento da medicina reprodutiva.