PRÉ-ECLÂMPSIA

Os estados hipertensivos da gestação ocupam, atualmente, no Brasil, o primeiro lugar entre as causas de mortalidade materna.

A pré-eclâmpsia é o desenvolvimento de hipertensão na gravidez, com perda de proteínas pela urina (proteinúria), acompanhada ou não de edema (inchaço) em pés, pernas, mãos e face (por retenção de líquidos).

Surge após 20 semanas de gravidez e predomina em mulheres cursando a primeira gestação.

Incide em 10 a 15% das mulheres em primeira gravidez, sendo mais freqüente nos extremos da vida reprodutiva: abaixo de 16 anos e acima de 35 anos. Mulheres que apresentaram pré-eclâmpsia em uma gravidez têm mais chance de repetir o quadro em uma gestação subseqüente, mas não necessariamente isso ocorrerá.

Acredita-se que seu desenvolvimento esteja relacionado a uma resposta inadequada por parte do organismo materno, devido a uma má adaptação orgânica à gravidez. Tal fato culmina em uma série de alterações vasculares, responsáveis pelas complicações maternas e fetais.

O aumento da pressão arterial e suas conseqüências sistêmicas, não dectados e tratados precocemente, podem colocar em risco mãe e feto. Na mãe, pode provocar a ocorrência de: acidente vascular cerebral (AVC), edema cerebral, mau funcionamento dos rins, alterações visuais, falência e rotura de fígado, convulsões e morte. No feto, por comprometer seu aporte sanguíneo, pode levar a crescimento intrauterino restrito (CIUR), baixo peso, prematuridade, sofrimento fetal, descolamento prematuro de placenta e óbito do feto.

Quando a pré-eclâmpsia não controlada provoca convulsões na grávida, o quadro é chamado de Eclâmpsia, e representa situação extremamente grave.

Há formas leves de pré-eclâmpsia que nem mesmo necessitam de medicação anti-hipertensiva, sem maiores repercussões na gravidez. Outras, porém, em formas graves, são potencialmente desfavoráveis e requerem cuidados especiais.

A doença tende a ser progressiva e quanto mais precocemente se instalar, pior é o prognóstico gestacional.

Há de se ressaltar, portanto, a importância do acompanhamento Pré-Natal, feito por profissionais especializados e capacitados, a fim de oferecer à gestante a segurança e as orientações devidas. Somente assim, quadros como a pré-eclâmpsia poderão ser diagnosticados, investigados e tratados adequadamente, podendo, desta forma, evitar-se suas complicações e controlar seus possíveis efeitos sobre a gravidez, sobre a saúde materna e, especialmente, fetal.